sexta-feira, 24 de julho de 2015

UM SONETO FESCENINO...







UM SONETO FESCENINO...





O poeta e amigo Emmanuel Mirdad fez-me o seguinte desafio:

"Acabo de ouvir um cabra xingando outro: 'A cabeça de minha taca'. Fiquei pensando nessa expressão. É sonora, e realmente agressiva quando dita com veemência. É a quantidade de "a"s, a força da "taca", mais fatal que um tacape, primal. Mais que isso: acho que é o título de uma poesia ainda não escrita pelo poeta Silvério Duque, um soneto erótico, que redime a expressão de seu uso como um xingamento, para uma épica celebração da virilidade masculina, tão apregoada pelo amigo escritor, cabra macho. Meu caro, cadê o poema"[sic]?



***



Amigo, Emmanuel Mirdad, ei-lo:












UM SONETO FESCENINO...

(por Silvério Duque)



— Menina, a ti quero foder-te inteira
pois sem rodeios quero arregaçar-te.
E não quero outro fim senão gozar-te
e encher de porra a bunda mais faceira.

Antes, verei meu gozo pela beira
de teus lábios que o sorvem com tal arte
que a ti eu dediquei um verso à parte
depois de terminada a bebedeira.

E tu hás de gozar um gozo pleno -
multiplicado - e à dor subjugada
pois nada há de bastar a um obsceno.

Mas toda moça já nasceu “malaca”
para domar a quem a fez domada
osculando a cabeça de minha taca.




Nenhum comentário: